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cap. 15 ao 17

15. Os Cullen

A luz de outro dia nebuloso eventualmente me acordou. Eu deitei com o braço na frente dos olhos, grogue e ofuscada. Alguma coisa, um sonho tentando ser lembrado, estava lutando pra alcançar minha consciência. Eu bocejei e rolei pra o lado, esperando que mais sono viesse. E então o dia anterior flutuou na minha consciência.
"Oh!", eu levantei tão rápido que minha cabeça ficou rodando.
"O seu cabelo parece um monte de palha... mas eu gosto". Sua voz tranqüila veio da cadeira de balanço no canto do quarto.
"Edward! Você ficou", eu vibrei, e sem pensar atravessei o quarto me jogando no colo dele. No instante que minha mente se deu conta das minhas ações, eu congelei, chocada com o meu entusiasmo descontrolado. Eu olhei pra ele, com medo de ter ultrapassado os limites.
Mas ele riu.
"É claro", ele respondeu, assustado, mas feliz com a minha reação. Suas mãos esfregaram minhas costas.
Eu coloquei minha cabeça cuidadosamente no ombro dele, sentindo o cheiro da sua pele.
"Eu tinha certeza de que tinha sido um sonho".

"Você não é tão criativa", ele zombou.

"Charlie!", eu dei um pulo sem pensar, correndo para a porta.

"Ele foi embora há uma hora - depois de reconectar os cabos da sua bateria, eu devo dizer. Eu tenho que admitir que fiquei decepcionado. Será que só isso seria necessário pra te parar, se você quisesse sair?"

Eu fiquei onde estava, querendo responder de forma mal-educada, mas eu estava com medo de ter mal hálito matinal.

"Você geralmente não fica tão confusa de manhã", ele reparou. Ele abriu seus braços pra me receber de novo. Um convite quase irresistível.

"Eu preciso de outro minuto humano", eu admiti.

"Eu vou esperar"

Eu fui para o banheiro, minhas emoções eram irreconhecíveis. Eu não me reconhecia, por dentro ou por fora. O rosto no espelho era praticamente irreconhecível - olhos brilhantes demais, pontinhos vermelhos nas maçãs do meu rosto. Depois de escovar meus dentes, eu tentei dar um jeito no caos emaranhado que estava o meu cabelo. Eu joguei água gelada no meu rosto e tentei respirar normalmente, mas sem muito sucesso. Eu dei uma corridinha de volta para o meu quarto.

Parecia um milagre que ele estava lá, com os braços abertos ainda esperando por mim. Ele veio me pegar, meu coração batendo erraticamente.

"Bem vinda de volta", ele cochichou, me pegando nos braços.

Ele me embalou por algum tempo, até que eu reparei que as suas roupas estavam trocadas, seu cabelo estava macio.

"Você foi embora?", eu acusei, tocando o colarinho da sua camisa nova.

"Eu não podia sair daqui com as mesmas roupas que cheguei- o que os vizinhos iam pensar?"

Eu fiz biquinho.

"Você estava profundamente adormecida; eu não perdi nenhum detalhe", seus olhos me vislumbraram. "Você só começou a falar hoje cedo".

Eu gemi. "O que você ouviu?"

Seus olhos dourados ficaram suaves. "Você disse que me amava".

"Você já sabia disso", eu abaixei a cabeça.

"Foi bom ouvir, do mesmo jeito".

Eu escondi minha cabeça no ombro dele.

"Eu amo você", eu sussurrei.

"Você é minha vida agora", ele respondeu simplesmente.

Não havia mais nada a dizer no momento. Ele nos balançou pra frente e pra trás enquanto o quarto ficava mais claro.

"Hora do café da manhã", ele disse finalmente, casualmente- pra provar, eu tenho certeza, que ele lembrava das minhas fraquezas humanas.

Então eu tapei o meu pescoço com as duas mãos e olhei pra ele com os olhos arregalados. O rosto dele ficou chocado.

"Brincadeirinha", eu ri silenciosamente. "E você disse que eu não sabia atuar".

Ele fez uma careta de desgosto. "Isso não é engraçado".

"Foi muito engraçado, e você sabe disso". Mas eu examinei cuidadosamente os seus olhos dourados pra ter certeza de que estava perdoada. Aparentemente eu estava.

"Será que eu devo refrasear?", ele perguntou. "Está na hora do café da manhã para os humanos".

"Oh, tudo bem".

Ele me jogou sobre o seu ombro de pedra gentilmente, mas com uma rapidez que me deixou sem fôlego. Eu protestei enquanto ele me carregava facilmente pelas escadas, mas ele me ignorou.

Ele me colocou sentada numa cadeira.

A cozinha estava brilhante, feliz, parecendo que absorvia o meu humor.

"O que tem pra o café da manhã?", eu perguntei prazerosamente.

Isso fez ele pensar um instante.

"Er, eu não tenho certeza. O que você quer?". Sua sobrancelha de mármore se ergueu.

Eu sorri, ficando de pé.

"Está tudo bem, eu sei me cuidar sozinha. Me observe caçar".

Eu encontrei uma tigela e uma caixa de cereais. Eu podia sentir seus olhos em mim enquanto eu pegava o leite e encontrava uma colher. Eu coloquei a comida na mesa, e então parei.

"Eu posso pegar alguma coisa pra você?", eu perguntei, sem querer ser rude.

Ele só rolou os olhos. "Só coma, Bella".

Eu sentei na mesa, observando ele enquanto comia um pouco. Ele estava me encarando, estudando todos os meus movimentos. Eu fiquei envergonahda. Eu limpei minha garganta pra falar, pra distraí-lo.

"O que está na agenda pra hoje?", eu perguntei.

"Hmmm", eu podia ver que ele estava tentando moldar sua resposta cuidadosamente. "O que você diria de conhecer minha família?"

Eu engoli seco.

"Você está com medo agora?", ele parecia esperançoso.

"Sim", eu admiti; eu não podia esconder isso - ele podia ver nos meus olhos.

"Não se preocupe", ele sorriu. "Eu vou te proteger".

"Eu não estou com medo deles", eu expliquei. "Eu estou com medo que eles... não gostem de mim. Eles não vão ficar, bem, surpresos por você levar alguém...como eu... pra casa pra conhecê-los? Eles sabem que eu sei deles?"

"Oh, eles já sabem de tudo. Eles fizeram apostas ontem, sabia?" - ele sorriu, mas sua voz estava áspera- "Eles apostaram se eu ia te trazer do volta ou não, apesar de eu não ter idéia do porque eles apostaram contra Alice. Sob qualquer perspectiva, nós não temos segredos na minha família. Não é nem possível, já que eu leio mentes e Alice vê o futuro e tudo mais".

"E Jasper fazendo você ficar mais calmo quando você estava com vontade de botar tudo pra fora, não se esqueça disso".

"Você estava prestando atenção", ele sorriu com aprovação.

"Eu aprendi a fazer isso de vez em quando", eu brinquei. "Então Alice me viu voltando?"

Sua reação foi estranha. "Algo assim", ele disse desconfortavelmente, se virando pra que eu não pudesse ver seus olhos. Eu encarei ele cheia de curiosidade

"Isso ai é bom?", ele perguntou, se virando abruptamente pra olhar pra o meu café da manhã com uma cara de brincalhão. "Honestamente, não parece muito apetitoso".

"Bom, não é um urso pardo irritado...",ignorando ele quando ele fez uma careta. Eu ainda estava me perguntando porque ele havia respondido aquilo quando eu mencionei Alice. Eu olhei para o meu cereal, fazendo especulações.

Ele ficou parado no meu da cozinha, uma estátua de Adonis de novo, olhando pra fora pelas janelas de trás.

Então seus olhos voltaram pra mim, ele sorriu um sorriso de tirar o fôlego.

"E eu acho que você devia me apresentar ao seu pai também, eu acho".

"Ele já te conhece", eu lembrei ele.

"Eu quero dizer, como seu namorado".

Eu encarei ele com um olhar suspeito. "Porque?"

"Não é esse o costume?", ele perguntou inocentemente.

"Eu não sei", eu admiti. Minha vida amorosa não havia me dado muitas referências. Não que as regras de um namoro normal se aplicassem aqui. "Isso não é necessário, sabe. Eu não espero que você... finja por minha causa".

Seu sorriso estava paciente. "Eu não estou fingindo".

Eu empurrei os restos do meu cereal nas bordas da tigela, mordendo meu lábio.

"Você vai dizer pra Charlie que eu sou seu namorado ou não?", ele perguntou.

"É isso que você é?" Eu suprimi a alegria que tomava conta de mim por pensar em Edward e Charlie e a palavra namorado juntas no mesmo lugar.

"Eu tenho que admitir que já não sou mais um garoto".

"Na verdade, eu tinha a impressão de que você era algo mais", eu confessei, olhando para a mesa.

"Bem,nós não temos que massacrá-lo com todos os detalhes agora". Ele se inclinou na mesa para levantar o meu queixo com um dedo frio, gentil. "Mas ele precisa de alguma explicação pra o motivo que eu fico aqui tanto tempo. Eu não quero que o Chefe Swan me dê uma ordem de prisão".

"Você vai ficar?", eu perguntei. "Você vai ficar aqui mesmo?"

"Até quando você me quiser", ele me assegurou.

"Eu sempre vou querer você", eu avisei. "Pra sempre".

Ele deu a volta na mesa vagarosamente, e parando a alguns passos de distância, ele se inclinou para tocar a minha bochecha com a ponta dos seus dedos. Sua expressão estava insondável.

"Isso te deixa triste?", eu perguntei.

Ele não respondeu. Ele me olhou nos olhos por um imensurável período de tempo.

"Você já acabou", ele finalmente perguntou.

Eu me levantei num pulo. "Sim".

"Vá se vestir- eu vou esperar aqui".

Foi difícil decidir o que vestir. Eu duvidava que houvesse algum livro de etiqueta que te dissesse o que vestir quando seu namoradinho vampiro te leva pra conhecer a família de vampiros dele. Era um alívio pensar na palavra sozinha. Eu sabia que eu afastava ela dos meus pensamentos intencionalmente por timidez.

Eu acabei colocando a minha única saia- longa, cor de khaki, mas casual. Eu coloquei a minha blusa azul que ele tinha elogiado. Uma rápida olhada no espelho me disse que meu cabelo estava impossível, então eu fiz um rabo de cavalo.

"Tudo bem", eu desci as escadas. "Eu estou decente".

Ele estava me esperando no pé da escada, mais próximo do que eu imaginava, e eu acabei me chocando com ele. Ele me equilibrou,me segurando por um instante longe cuidadosamente longe do seu corpo por alguns segundos antes de me trazer pra mais perto rapidamente.

"Errada de novo", ele murmurou no meu ouvido. "Você está muito indecente- ninguém devia ser tentadora assim, não é justo".

"Tentadora como?", eu perguntei. "Eu posso me trocar..."

Ele suspirou, balançando a cabeça. "Você é muito absurda". Ele pressionou seus lábios frios delicadamente na minha testa e a sala rodou. O cheiro do seu hálito tornou impossível pensar.

"Será que eu devo explicar como você é tentadora pra mim?", ele disse. Claramente era uma pergunta retórica. Ele passou seus dedos vagarosamente pela minha coluna, sua respiração estava vindo mais rápido na minha pele. Minhas mãos estavam espalmadas no seu peito, e eu senti a minha cabeça leve de novo. Ele abaixou sua cabeça devagar e encostou levemente seus lábios frios nos meus por um segundo, muito cuidadosamente, fazendo eles se abrirem.

Então eu desmoronei.

"Bella?", sua voz estava alarmada enquanto me pegava e me mantinha de pé.

"Você...me...deixou...tonta", eu acusei atordoada.

" O que é que eu faço com você?", ele gemeu exasperado. "Eu te beijei ontem e você me atacou! Hoje você desmaia nos meus braços!"

Eu sorri fracamente, deixando os braços dele me segurarem enquanto minha cabeça rodava.

"É isso que eu ganho por ser bom em tudo", ele suspirou.

"Esse é o problema", eu ainda estava atordoada. "Você é bom demais. Muito, muito bom".

"Você está passando mal?", ele perguntou; ele já havia me visto assim antes.

"Não- não é o mesmo tipo de tontura. Eu não sei o que aconteceu". Eu balancei a cabeça pedindo desculpas. "Eu acho que esqueci de respirar".

"Eu não posso te levar a lugar nenhum desse jeito".

"Eu estou bem", eu insisti. "Sua família vai pensar que eu sou louca do mesmo jeito, qual é a diferença?"

Ele mediu minha expressão por um instante. "Eu gosto muito do tom da sua pele", ele disse inesperadamente. Eu corei de prazer, e desviei o olhar.

"Olha, eu tô dando muito duro pra não pensar no que eu estou fazendo, então será que já podemos ir?", eu perguntei.

"E você está com medo não porque vai pra uma casa cheia de vampiros, mas porque você tem medo que esse vampiros não aprovem você, correto?"

"É isso mesmo", eu disse imediatamente, surpresa com o tom casual que ele usou ao dizer essas palavras.

Ele balançou a cabeça. "Você é incrível".

Eu me dei conta, enquanto ele dirigia minha caminhonete até a parte central da cidade, que eu não fazia idéia de onde ele morava. Nós passamos sobre a ponta do rio Calawah, pegando a estrada que ia para o norte, as casas passando por nós, estavam ficando maiores. Então passamos por outras casa coladas umas nas outras, dirigindo na direção da vasta floresta. Eu estava pensando se seria melhor perguntar ou ser paciente quando ele virou numa estrada sem pavimento. Não havia sinalização, ela era praticamente invisível entre as árvores. A floresta se estendia pelos dois lados, deixando a estrada á frente visível discernível apenas por causa de umas curvas em formato de serpente, ao redor das árvores antigas.

E então, alguns quilômetros mais á frente, havia algo brilhando por entre as árvores, e então de repente apareceu uma pequena clareira, ou será que era um quintal? O brilho da floresta, no entanto, não desapareceu, pois haviam seis árvores enormes que circundavam o lugar em todas as suas arestas. As sombras mantinham suas sombras seguras sobre as paredes da casa que se erguia por entre elas, tornando obsoletas as minhas primeiras explicações.

Eu não sabia o que esperar,mas definitivamente não era isso. A casa era antiga, graciosa, e tinha provavelmente uns cem anos. Era pintada de um branco suave, fraquinho, tinha três andares, era retangular e bem proporcionada. As janelas e portas faziam parte da estrutura original ou de uma restauração muito bem feita. Minha caminhonete era o único carro á vista. Eu podia ouvir um rio por perto, escondido pela obscuridade da floresta.

"Uau".

"Você gostou?", ele sorriu.

"Tem...um certo charme".

Ele deu um puxãozinho na ponta do meu rabo de cavalo e deu uma gargalhada.

"Pronta?", ele perguntou, abrindo a porta.

"Nem um pouquinho- vamos lá". Eu tentei sorrir,mas parece que minha garganta estava presa. Eu passei a mão no cabelo nervosamente.

"Você está adorável", ele pegou minha mão calmamente, sem pensar.

Nós caminhamos pelo longo portal de entrada. Eu sabia que ele podia sentir minha tensão; seu polegar fazia círculos nas costas da minha mão.

Ele abriu a porta pra mim.

Por dentro era ainda mais surpreendente, menos previsível, do que do lado de fora.

Era muito clara, muito aberta, e muito grande. Isso originalmente devem ter sido vários quartos, mas as paredes foram removidas em muitas partes pra criar um espaço maior. O fundo, virado para o sul foi inteiramente substituído por vidros, e , além da sombra das árvores, o quintal terminava num rio enorme . uma escada gigantesca dominava o lado oeste da sala. As paredes, o teto baixo, o chão de madeira, e os finos tapetes, eram todos de tons variantes de branco.

Esperando por nós, em pé no lado esquerdo da porta, num lado da sala que continha um piano enorme e espetacular, estavam os pais de Edward.

Eu vi o Dr. Cullen primeiro, é claro, eu ainda não podia eixar de me chocar com a sua juventude e perfeição ultrajante. Ao lado dele estava Esme, eu presumi, a única da família que eu ainda não conhecia. Ela tinha o mesmo rosto pálido, lindo que os outros tinham. Alguma coisa no formato de coração do seu rosto, seus cachos macios, de uma cor caramelada, me fez lembrar de filmes épicos. Ela era pequena, mais esbelta, mas mais angular, mais cheinha que os outros. Eles dois estavam vestidos casualmente, com roupas claras que combinavam com o interior da casa. Eles deram um sorriso de boas vindas, mas não fizeram nenhum movimento para se aproximar. Eu imaginei que eles estavam tentando não me assustar.

"Carlisle, Esme", a voz de Edward quebrou o curto silêncio. "Esta é Bella".

"Seja bem vinda, Bella", os passos de Carlisle eram medidos, cuidadosos enquanto ele se aproximava. Ele ergueu sua mão tentadoramente. Eu dei um passo á frente para balançar a mão dele.

"É bom vê-lo de novo, Dr. Cullen"

"Por favor, me chame de Carlisle".

"Carlisle", eu sorri pra ele, minha súbita confiança me surpreendeu. Eu podia sentir o alívio de Edward á meu lado.

Esme sorriu e também deu um passo á frente, vindo na direção da minha mão. O seu aperto frio e forte foi exatamente como eu esperava.

"É muito bom conhecer você", ela disse sinceramente.

"Obrigada. É bom conhecer você também". E era mesmo. Era como conhecer uma fada de contos- ou Branca de Neve, pela cor.

"Onde estão Alice e Jasper?", Edward perguntou, mas ninguém respondeu, já que eles apareceram no topo da escada.

"Ei, Edward", Alice chamou entusiasmada. Ela correu escada abaixo, uma mistura de cabelos pretos e pele branca, parando graciosamente na minha frente. Carlisle e Esme olharam para ela com olhos cheios de avisos, mas eu gostei. Era natural- pra ela, pelo menos.

"Oi, Bella", ela disse e se inclinou para me dar um beijo na bochecha. Se Carlisle e Esme parecia assustados antes, agora eles estavam alarmados. Havia choque nos meus olhos também, mas eu estava feliz por ela parecer me aceitar tão inteiramente. Eu estava surpresa por sentir Edward tão rígido ao meu lado. Eu olhei para o rosto dele, mas a sua expressão não me disse nada.

"Você realmente cheira bem, eu não tinha reparado antes". Ela comentou, me deixando totalmente envergonhada.

Ninguém mais parecia saber exatamente o que dizer, e então Jasper estava lá- alto e leonino. Um sentimento de paz passou pelo meu corpo, e de repente eu estava totalmente a vontade a despeito de onde eu estava. Edward olhou pra Jasper, levantando um sobrancelha, e então eu lembrei do que Jasper podia fazer.

"Olá, Bella", Jasper disse. Ele manteve a distância, sem me oferecer um aperto de mão.

Mas era impossível se sentir mal perto dele.

"Olá, Jasper", eu respondí timidamente pra ele, e depois para os outros- e vocês têm uma casa linda", eu comentei convenientemente.

"Obrigada", Esme disse. "Estamos muito felizes por você ter vindo". Ela falou cheia de sentimento, e então eu percebi que ela estava me achando corajosa.

Eu me dei conta de que Rosalie e Emmett não estavam em lugar algum, então me lembrei da resposta muito inocente de Edward quando eu perguntei se eles não gostavam de mim.

A expressão de Carlisle me tirou dessa linha de pensamento, ele estava olhando para Edward com um expressão intensa. Pelo canto dos meus olhos, eu vi Edward afirmar com a cabeça uma vez.

Eu virei o olhar, tentando ser educada. Meus olhos foram parar de novo no lindo instrumento que havia na sala. De repente eu me lembrei da minha fantasia de infância que, se um dia eu ganhasse na loteria, eu compraria um piano bem grande pra minha mãe. Ela não era muito boa- ela só tocava pra si mesma no nosso teclado de segunda mão- mas eu adorava vê-la tocar. Ela ficava feliz, absorvida- nessas horas, ela parecia ser um ser novo, misterioso pra mim, alguém que não era a mãe que eu conhecia. Ela tentou me dar aulas, é claro, mas como toda criança, eu reclamei até que ela me deixou em paz.

Esme notou minha preocupação.

"Você toca?", ela me perguntou, inclinando a cabeça na direção do piano.

Eu balancei minha cabeça. "Nem um pouco. Mas é lindo. É seu?"

"Não". Ela riu. "Edward não te contou que é um músico?"

"Não". Eu olhei para a expressão inocente dele com os olhos revirados. "Mas eu já devia saber, eu acho".

Esme ergueu suas sobrancelhas delicadas, confusa.

"Edward consegue fazer tudo, não é?", eu expliquei.

Jasper riu silenciosamente e Esme deu a Edward uma olhada de reprovação.

"Eu espero que você não tenha ficado se mostrando- é rude". Ela repreendeu.

"Só um pouquinho", ele sorriu livremente. O rosto dela se suavizou com o som, e eles trocaram um olhar que eu não entendi, apesar de Esme ter parecido quase presumida.

"Na verdade, ele foi modesto demais", eu corrigí.

"Bem, toque pra ela", Esme encorajou.

"Você acabou de dizer que ficar me mostrando era rude", ele disse.

"Pra toda regra há uma exceção", ela replicou.

"Eu gostaria de te ouvir tocar", eu me ofereci.

"Está resolvido, então", Esme empurrou ele na direção do piano. Ele me puxou com ele, fazendo com que eu me sentasse ao seu lado no banco.

Ele me deu um olhar longo, exasperado antes de virar as chaves.

E então seus dedos flutuaram rapidamente nas teclas, e a sala foi ocupada por uma composição tão complexa, tão luxuriosa, que era difícil acreditar que era tocada apenas por um par de mãos. Eu senti meu queixo cair, minha boca ficou aberta de pasmo, e eu ouvi gargalhadas atrás de mim por causa da minha reação.

Edward olhou pra mim casualmente, a melodia ainda soava ao nosso redor sem intervalos, eu pisquei. "Você gosta?"

"Você compôs isso?", eu gaguejei, entendendo tudo.

Ele afirmou com a cabeça. "É a favorita de Esme".

Eu fechei meus olhos, balançando a cabeça.

"Qual é o problema?"

"Eu estou me sentindo extremamente insignificante".

A música ficou mais devagar, se transformando em outra mais leve, e para a minha surpresa eu reconheci a melodia da sua canção saindo da profusão das notas.

"Essa é inspirada em você",ele disse suavemente. A música ficou insuportavelmente doce.

Eu não conseguia falar.

"Eles gostam de você, sabe", ele disse convencionalmente. "Especialmente Esme".

Eu olhei pra trás, a sala enorme estava vazia agora.

"Onde eles foram?"

"Estão tentando nos dar privacidade, eu acho".

Eu suspirei. "Eles gostam de mim. Mas Rosalie e Emmett..." , eu parei, sem ter certeza de como expressar minhas dúvidas.

Ele fez uma careta. "Não se preocupe com Rosalie", ele disse, seus olhos estavam grandes e persuasivos. "Ela vai aparecer".

Meus lábios se contorceram ceticamente. "Emmett?"

"Bem, ele acha que eu sou um lunático, e é verdade, mas ele não tem nenhum problema com você. Ele só está tentando apoiar Rosalie".

"Porque é que isso aborrece tanto ela?" eu não tinha certeza de que queria saber a resposta.

Ele deu um suspiro longo. "Rosalie tem mais problemas com... com o que você é. Pra ela é difícil ter alguém de fora sabendo da verdade. Ela está comum pouco de inveja".

"Rosalie tem inveja de mim?", eu perguntei incrédula. Eu imaginei um universo onde a Rosalie de tirar o fôlego, teria motivos pra ter inveja de mim.

"Você é humana", ele ergueu os ombros. "Ela também queria ser".

"Oh", eu murmurei, ainda aturdida. "Porém, até Jasper".

"Na verdade aquilo foi culpa minha", ele disse. "Eu te disse que ele foi o último de nós a tentar se adaptar ao nosso meio de vida. Eu pedi que ele mantivesse distância."

Eu pensei na razão pela qual ele faria isso, e tremi.

"Carlisle e Esme?", eu continuei rapidamente pra não deixar ele reparar.

"Eles estão felizes por me ver feliz. Na verdade, Esme não se importaria se você tivesse três olhos e pés gigantes. Durante todo esse tempo, ela temeu por mim, achando que eu estava perdendo algo essencial por conta da transformação, que eu era jovem demais quando Carlisle me transformou... ela está radiante. Toda vez que eu te toco ela fica prestes a explodir de alegria".

"Alice parece muito... entusiasmada".

"Alice tem a sua própria forma de enxergar as coisas", ele disse com os lábios apertados.

"Você não vai me explicar isso, vai?"

Um momento de comunicação sem palavras passou por nós. Ele se deu conta de que eu sabia que ele estava me escondendo alguma coisa. Eu me dei conta de que ele não ia me contar nada. Ainda não.

"Então o que Carlisle estava te dizendo mais cedo?"

Suas sobrancelhas se juntaram. "Você percebeu, não foi".

Eu levantei os ombros. "É claro".

Ele me olhou pensativo por alguns segundos antes de responder. "Ele queria me contar uma novidade- ele não sabia se era algo que ele devia compartilhar com você".

"Você vai?"

"Eu tenho, porque eu vou ficar um pouco... insuportavelmente super protetor nos próximos dias - ou semanas - e eu não quero que você pense que eu sou naturalmente insuportável".

"O que há de errado?"

"Nada errado, necessariamente. Alice viu alguns visitantes se aproximando. Eles sabem que estamos aqui, e estão curiosos".

"Visitantes?"

"Sim, bem...eles não são como nós, é claro- nos seus hábitos alimentares, eu quero dizer. Eles provavelmente nem vão aparecer na cidade, mas eu certamente não vou tirar os olhos de você de jeito nenhum, até que eles tenham ido embora".

Eu me arrepiei.

"Finalmente uma resposta racional!", ele murmurou. "Eu já estava começando a acreditar que você não tinha o menor senso de auto-preservação".

Eu deixei essa passar, olhando ao redor, meus olhos admirando de novo a sala espaçosa.

Ele seguiu meu olhar. "Não é o que você esperava, não é?", ele perguntou com uma voz presumida.

"Não", eu admiti.

"Sem caixões, sem caveiras empilhadas nos cantos; eu nem acho que temos teias de aranha... que decepção isso deve ser pra você". Ele continuou zombando.

Eu ignorei suas brincadeiras. "É tão clara... tão aberta".

Ele estava mais sério quando respondeu. "É o único lugar onde não precisamos nos esconder".

A música que ele ainda estava tocando, a minha música, foi chagando ao fim, as notas finais mudando para um tom mais melódico. A última nota ecoou no silêncio.

"Obrigada", eu murmurei. Eu me dei conte de que estava com lágrimas nos olhos. Eu enxuguei elas, envergonhada.

Ele tocou o canto dos meus olhos, enxugando uma que eu havia deixado escapar. Ele levantou o dedo, analisando significantemente a umidade da gota. Então, tão rapidamente que eu mal pude reparar, ele colocou o dedo na boca para experimentá-la.

Eu olhei pra ele questionadoramente, e ele olhou pra mim por um momento até que ele finalmente sorriu.

"Você quer ver o resto da casa?"

"Não tem caixões?", eu verifiquei, o sarcasmo na minha voz estava escondendo a verdadeira ansiedade que eu sentia.

Ele sorriu, pegando minha mão, me levando pra longe do piano.

"Sem caixões", ele prometeu.

Nós subimos a enorme escadaria, minha mão passando pela superfície delicada do corrimão. O longo corredor que se seguia ás escadas era revestido com uma madeira cor de mel, a mesma das madeiras do chão.

"O quarto de Rosalie e Emmett... o escritório de Carlisle... o quarto de Alice", ele fazia gestos enquanto passávamos pelas portas.

Nós teríamos continuado, mas eu parei no fim do corredor, olhando incrédula para o ornamento pendurado na parede acima da minha cabeça. Edward deu uma gargalhada por causa da minha expressão.

"Você pode sorrir", ele disse. "É mesmo um pouco irônico".

Eu não ri, minha mão levantou automaticamente com um dedo erguido para tocar a grande cruz de madeira. A sua madeira escura contrastava com o tom claro das paredes. Eu não toquei, apesar de estar muito curiosa pra saber se ela era tão suave ao toque quanto parecia ser aos olhos.

"Deve ser muito antiga", eu advinhei.

Ele ergueu os ombros. "Do início da década de 1630, mais ou menos".

Eu desviei o olhar da cruz pra olhar pra ele.

"Porque vocês mantêm isso aqui?", eu perguntei.

"Nostalgia. Pertenceu ao pai de Carlisle".

"Ele colecionava antiguidades?", eu perguntei em dúvida.

"Não. Ele mesmo a fez. Costumava ficar na parede sobre o altar da sacristia onde ele pregava".

Eu não tinha certeza se o meu rosto demonstrava o meu choque, mas só na duvida, eu me virei para olhar para a velha cruz novamente. Eu fiz as contas rapidamente na cabeça; a cruz já tinha mais de trezentos e setenta anos de idade. O silêncio perdurou enquanto eu lutava pra entender o conceito de todos esses anos.

"Você está bem?", ele parecia preocupado.

"Quantos anos Carlisle tem?", eu perguntei baixinho, ignorando sua pergunta, ainda olhando pra cima.

"Ele acabou de celebrar seu aniversário de trezentos e sessenta e dois anos", Edward disse. Eu olhei pra ele, um milhão de perguntas estavam nos meus olhos.

Ele me olhava cuidadosamente enquanto falava.

"Carlisle nasceu na Inglaterra, na década de 1640, ele acha. Naquela época o tempo não era tão contado quanto hoje, pelos menos não para as pessoas comuns. No entanto, foi logo antes da lei de Cromwell".

Eu mantive meu rosto composto, consciente de que ele estava me estudando enquanto eu ouvia. Era mais fácil se eu tentasse não acreditar no que ouvia.

"Ele era filho de um pastor Anglicano. A mãe dele morreu no parto. Seu pai era um homem intolerante. Quando os protestantes chegaram ao poder,ele foi a favor da perseguição dos católicos romanos e de outras religiões. Ele também acreditava muito fortemente no poder do mal. Ele comandou caçadas por bruxas, lobisomens... e vampiros.",. eu fiquei muito rígida quando ouvi a palavra. Eu tenho certeza de que ele reparou, mas ele continuou sem parar.

"Eles queimaram muitas pessoas inocentes- é claro que as criaturas que eles estavam procurando não eram tão fáceis de pegar.

"Quando o pastor ficou velho, ele ordenou que seu filho obediente ficasse em seu lugar. No começo, Carlisle foi uma decepção; ele não via ninguém pra acusar tão rapidamente, não via demônios que não existiam. Mas ele era insistente e mais inteligente que o seu pai. Ele realmente descobriu um covil de vampiros de verdade que viviam se escondendo nos esgotos da cidade, só saindo durante a noite, pra caçar. Naqueles tempos, quando essas criaturas não eram só lendas e mitos, era assim que eles viviam.

"As pessoas pegaram suas tochas e lanças, é claro"- seu breve sorriso estava sombrio agora- "e esperaram onde Carlisle havia visto um deles saindo para a rua. Finalmente, um deles saiu". Sua voz estava muito baixa; eu tive que dar duro pra ouvir.

"Ele devia ser muito velho, e fraco com fome. Carlisle ouviu ele chamando os outros em Latin quando sentiu o cheiro das pessoas. Ele correu pelas ruas, e Carlisle -que tinha vinte e dois anos e era muito rápido - estava liderando a perseguição. A criatura poderia facilmente despistá-los, mas Carlisle acha que ele estava com muita fome, então ele se virou e atacou. Ele pulou em Carlisle primeiro,mas os outros estavam logo atrás, e ele virou pra se defender. Ele matou outros dois homens, se alimetou de um terceiro e deixou Carlisle sangrando na rua" .

Ele parou. Eu podia ver que ele estava tentando esconder alguma parte da história, escondendo alguma coisa de mim.

"Carlisle sabia o que seu pai ia fazer. Os corpos seriam queimados- tudo que haviam sido infectado pelo monstro tinha que ser destruído. Carlisle agiu instintivamente pra salvar sua vida. ele saiu da rua rastejando enquanto o resto do bando corria atrás do demônio. Ele se escondeu numa plantação, se escondendo numa colheita de batatas por três dias. Foi um milagre que ele tenha conseguido se manter em silêncio, permanecer em segredo sem ser descoberto.

"Então tudo acabou e ele descobriu no que havia se transformado".

Eu não tenho certeza do que a minha expressão estava dizendo, mas de repente ele parou.

"Como você está se sentindo?", ele perguntou.

"Eu estou bem", eu assegurei. E de repente eu mordí meu lábio com hesitação, ele deve ter visto a curiosidade queimando nos meus olhos.

Ele sorriu. "Eu espero que você tenha mais perguntas pra mim".

" Algumas".

Seu sorriso cresceu mostrando seus dentes brilhantes. Ele começou a andar pelo corredor, me puxando pela mão. "Venha, então", ele me encorajou. "Eu vou te mostrar".

16. CARLISLE


Ele me conduziu para um quarto, que ele disse ser o escritório de Carlisle. Ele parou no exterior da porta por um instante.
"Entrem". A voz de Carlisle convidou.
Edward abriu a porta para um grande quarto, alto na parte ocidental das janelas. As paredes, as portas... Eram de uma madeira escura, onde nelas eram visíveis. Na parte de cima das paredes tinha muitos livros, mais livros do que já tinha visto fora de uma biblioteca.
Carlisle sentou-se atrás de uma enorme mesa de mogno, numa cadeira de couro.
Ele estava colocando um marcador de livro, numa pagina de um grosso volume que ele segurava.
O quarto era como eu sempre imaginei para um pequeno colégio. Carlisle tinha aparência muito jovem para se adaptar a região.
"O que eu posso fazer por vocês?" Ele nos perguntou agradavelmente, sobre o seu acento.
"Eu queria mostrar a Bella a nossa história" Edward disse. "Bem, sua historia na realidade".
"Nos não pensamos que isso iria perturbar você". Eu me desculpei.
"Nenhum problema com isso. Quando você quer começar?"
"Do carro" Edward respondeu, colocando sua mão levemente sobre o meu ombro, o que me fez olhar na direção da porta, quando nos estávamos entrando.
Cada vez que ele me tocava, parecia sempre muito casual, meu coração estava tendo uma audível reação.Eu estava muito envergonhada por Carlisle esta lá.

A parede que vimos agora, era diferente das outras, no lugar de livros, ela estava cheia de pinturas, de todos os tamanhos, algumas com cores vibrantes outras escuras. Eu procurei alguma lógica, algum motivo para o que essas coleções tinham em comum, mas eu não encontrei nada no meu rápido exame.

Edward me puxou para a direção oposta, eu estava de pé, de frente pra um pequeno quadro pintado oleio, com a borda feita de uma madeira plana, ele não estava fora do grande centro e brilhava; estava pintado em vários tons, ele descrevia a miniatura de uma cheia cidade, com um abismo oculto no telhado de uma casa, com espirais no topo, com algumas torres com espelhos, com um longo rio enchendo o fundo com uma ponte o atravessando e pequenas catedrais.

"Londres nos anos cinqüenta" Edward disse.

"A Londres da minha juventude" Carlisle acrescentou, alguns pés atrás de nos.

Eu recuei, não tinha escutado ele chegar. Edward apertou minha mão.

"Você quer contar a história?" Edward perguntou. Eu me retorci ao ver a reação de Carlisle. Ele sorriu "Eu gostaria" ele replicou "Mas eu estou atrasado. O Hospital informou esta manhã que o Dr.Snow esta doente hoje, Além disso, você sabe essas historias melhor do que eu" Ele adicionou sorrindo para Edward agora.

Era uma combinação estranha de absorver. Vê o doutor de manhã cedo nas discussões da Londres dos anos setenta.

Estava desconcertado sei disso, ele falou em voz alta para o meu beneficio. Depois disso ele me deu um sorriso caloroso, depois nos deixou na sala.

Eu fixei os olhos numa pequena pintura de Carlisle em casa, por um logo momento.

"O que aconteceu com eles?" Eu finalmente perguntei, mirando Edward, quem estava me assistindo.

"Quem o converteu? O que tinha acontecido com ele?"

Ele se voltou para as pinturas e eu olhei para ele tentando vê o que prendia a sua atenção agora

Tinha uma grande paisagem, com uma floresta sombreada, com um espantoso pico distante.

"Quando ele soube em que tinha se transformado" Edward disse quietamente.

"Ele se revoltou contra isso. Tentou se destruir, mas não é fácil fazer isso".

"Como?" Eu não sabia o que disser em voz alta, mas as palavras quebraram-se com o meu choque.

"Ele pulou de grandes alturas" Edward contou-me, sua voz estava indiferente.

"Ele tentou afogar-se no oceano..., mas era muito jovem na sua nova vida e era muito forte, ele tentou resistir... a alimentação... Na época que estava novo, o extinto era maior e o pegou novamente, mas ele estava se repelindo, tinha força e resistência para se matar de fome".

"Isso é possível?" Minha voz falhou.

"Não, há outros caminhos para nos matar".

Minha boca abriu com a pergunta, mas ele falou antes que pudesse.

"Então ele ficou com fome e eventualmente fraco. Ele ficou longe da população humana, descobriu que estava enfraquecendo, também. Por alguns meses ele andou pela noite, buscando lugares vazios, entediando-se. A sua sede selvagem aumentou, ele torturava-se só em pensar. Sua força voltou e ele realizou e lá estava uma alternativa para a sua existência de um desprezível monstro, ele aterrorizou-se. Ele não podia comer carne na sua nova vida, novamente no outro mês ele criou uma nova filosofia, estava renascendo. Ele podia viver sem a existência de um demônio. Ele encontrou-se de novo".

"Ele começou a fazer melhor uso do seu tempo. Estava virando um gênio, estava ansioso por estudar mais. Agora ele tinha tempo ilimitado, estudava durante a noite e fazendo planos durante o dia, ele nadou na França".

"Ele nadou na França?"

"Pessoas nadam em canais todo o tempo, Bella" Ele disse-me meio doentio.

"Isso é verdade" Eu me redimir, o que saiu com um som meio engraçado.

"Nadar é fácil para nos"

"Tudo é fácil para você" Eu disse.

Sua expressão ficou divertida.

"Eu prometo que não vou interromper de novo"

Ele sorriu obscuramente e terminou sua frase. "Por causa do técnico ele não precisou de fôlego"

"Você..."

"Não, não você prometeu" Ele gargalhou, colocando o seu dedo gelado sobre os meus lábios. "Você vai escutar a historia ou não?"

"Você não espera que eu não diga nada" Eu murmurei contra o seu dedo.

Ele levantou a mão e colocou na minha nuca, o meu coração bateu mais rápido por causa disso, mas eu continuei.

"Você não precisa respirar?" Eu reclamei.

"Não, isso não é necessário, só um habito". Ele disse.

"Quanto tempo você pode ficar sem respirar?"

"Por tempo indefinido, eu suponho, eu não sei me sinto um pouco desconfortável sem respirar".

"Se sente desconfortável" Eu repetir.

Eu não reparei na sua expressão, mas algo a fez ficar sombria.

Ele colocou suas mãos do seu lado, ele ficou estável, seus olhos se intensificaram sobre o meu rosto, o silêncio se prolongou, seu rosto estava imóvel como uma pedra.

"O que é isso?" Eu murmurei tocando no seu rosto gelado.

Seu rosto suavizou de baixo da minha mão e ele suspirou.

"Eu esperei para isso acontecer"

"Por o que acontecer?"

"Eu sabia que em algum ponto, algo mim o diz ou algo que você vê está indo ser demasiado, E então você ficara afastado de mim, como você vai". Ele estava com um meio sorriso, mas os seus olhos estavam sérios. "Eu não vou impedir você, quero que você esteja a salvo e quero estar com você, dois desejos impossíveis de se conciliar". Ele olhou para o meu rosto, eu esperei.

"Eu não correrei de lugar nenhum". Eu permitir.

"Nós vamos ver". Ele disse sorrindo de novo.

Eu franzir minhas sobrancelhas para ele "Então, vamos continuar. Carlisle estava nadando na França" Ele pausou, voltando para a sua história.

Ele refletiu, olhando para outra pintura muito colori, com uma moldura muito embeleza e larga, ele tinha duas vezes o tamanho da porta que estava pendurado ao lado, A lona transbordou com figuras brilhantes nas vestes rodando, escritas em torno das longas colunas e fora da galeria de mármore. Eu não sabia se representava à mitologia grega ou se os caracteres que flutuam nas nuvens acima tivessem um significado bíblico.

"Carlisle nadou na França e depois continuou por toda a Europa, em algumas universidades de lá, à noite ele estudava musica, ciências e medicina, e encontrou sua permanência lá, salvando vidas humanas".

Sua expressão voltou a ser receosa quase reverente.

"Eu não poderia descrever adequadamente o sofrimento de Carlisle durante esses dois séculos, o seu perfeito autocontrole. Agora ele é imune ao cheiro do sangue humano e agora ele pode trabalhar com amor sem agonia, ele encontrou uma grande tranqüilidade lá no hospital" Edward olhou fixamente para fora por um momento longo.

Repentinamente ele pareceu se lembra da sua finalidade. Ele deu uma pancada com o dedo sobre a pintura na nossa frente.

"Ele estava estudando na Itália, quando descobriu outros lá. Eles eram mais educados e civilizados do que os dos bueiros de Londres"

Ele Tocou em um quarteto comparativamente calmo das figuras pintadas no balcão o mais elevado, olhando para baixo calmamente para baixo deles. Eu examinei o grupo cuidadosamente, eu me espantei quando reconheci o sorriso do homem de cabelo dourado.

"Esse homem foi uma grande inspiração para Carlisle, ele era seu amigo" Edward riu por entre os dentes.

"Aro, Marcus, Caius" Ele disse indicando três outros homens de cabelo preto. "Noite do patrono a arte".

"O que aconteceu com eles?" Eu milagrosamente falei em voz alta, meu dedo estava alguns centímetros da pintura.

"Eles ficaram todos lá" Ele encolheu os ombros "Porque foram para quem sabe quantas oficinas, Carlisle ficou com eles por um pouco tempo, só algumas décadas. Ele tinha grande admiração para os seus modos civilizados, refinados, mas eles persistiram em cura sua aversão por sua "Comida natural" Eles disseram que tentaram persuadir ele, e ele tentou persuadi-los, mas não valeu a pena. A partir daí Carlisle decidiu tentar um novo mundo. Ele sonhava em encontrar outros como ele, ele era muito sozinho, você entende. Ele não encontrou ninguém por um logo tempo, mas como monstros se tornam fadas dos dentes. Ele encontrou, podia usar os humanos como intermédio, se fosse apenas um, Ele começou a exercer a medicina, mas alguns evitavam sua companhia, ele não podia por em risco a sua familiaridade.

"Quando a epidemia se alastrou, ele estava trabalhando a noite num hospital em Chicago, ele tinha uma idéia girando em sua mente por diversos anos, e tinha se decidido quase agir, desde que não poderia encontrar um companheiro, criaria um. Ele não estava absolutamente certo de como a transformação ocorreria então ele hesitou, ele estava sentindo-se receoso por tirar a vida de alguém, pois a sua tinha sido roubada, Ele tinha esse pensamento quando me encontrou. Ele me ajudou, eu estava no meu leito de morte, ele cuidou dos meus pais e sabia que eu estava sozinho, ele decidiu tentar..." Sua voz estava um murmúrio agora, ele olhou fixamente através das janelas ocidentais. Eu me maravilhei com as pinturas, As memórias de Carlisle estavam em todo lugar. Eu esperei quieta.

Quando ele se virou para mim estava com um sorriso angelical em seu rosto.

"Você deve estar cansada de tantas voltas" Ele concluiu.

"Você sempre esteve com Carlisle depois disso?" Eu disse.

"Quase sempre" Ele colocou sua mão levemente sobre a minha cintura e me puxou para ele. Ele me levou através da porta e estávamos de volta à parede com a pintura. Eu me sentir honrada em poder ouvir outras historias. Edward não disse nada enquanto nos voltávamos para o hall, então eu perguntei. "Quase?"

Ele suspirou, pareceu relutar em responder "Bem, eu tive um pouco de rebelião adolescente, dez anos depois que eu... nasci... criado, o que quer que você queira o chamar. Eu mostrei para ele o meu apetite, Assim eu fui atrás da minha própria vida".

"Sério?" Eu estava intrigada ao invés de assustada, talvez eu devesse estar. Ele percebeu, eu fiquei onde nos estávamos com a cabeça para cima, olhando para os degraus, mas eu não dei muita importância as circunstâncias.

"Você não vai me repeli?"

"Não"

"Por que não?"

"Eu cogitei isso razoavelmente" Ele gargalhou mais alto do que antes. Nós estávamos no topo da escada agora, em outro caminho do hall.

"Dês do tempo do meu novo aniversario" Ele murmurou "Eu tinha vantagem sabia o que cada um ao redor de mim estava pensado, ambos humanos e não humanos, isso é porque os meus exames desafiaram Carlisle por dez anos. Eu podia ler sua perfeita sinceridade, eu entendia por a vida tinha colocado ele no meu caminho.Ele fez exames somente de alguns anos ao retorno a Carlisle e comprometeu a sua visão.Eu pensei que talvez fosse depressão, porque eu sei os pensamentos das minhas presas, poderia me fazer de inocente e persuadir só o mal, Se eu seguir como um assassino que se aproveita uma menina nova.Se eu salvasse ela não seria tão terrível". Eu imaginei com clareza o que ele descreveu - Num beco a noite uma garota assustada, com um homem mal atrás dela. Edward, Edward caçou esse terrível e glorioso homem como um bom garoto. Grata a ela era ou estava mais assustada do que antes?

"Mas quando isso passou, eu voltei a ver o monstro em meus olhos, eu não podia escapar do debito que tinha com a vida humana, apesar de não ser uma boa justificativa. Então eu voltei para Carlisle e Esme, eles me receberam de volta, como dizem, isso é mais do que eu pude descrever".

Nós paramos na frete da última porta do saguão.

"Meu quarto" Ele informou, abrindo-o e me puxando para dentro.

Seu quarto tinha na parte sul, uma janela parede-feita sob medida pra um grande quarto. Ele tinha como toda a casa muitos vidros, a paisagem era para baixo, evitando o sol que refletia no rio, atrás tinha a intacta floresta e a extensão da Olympic Mountain, as montanhas estavam fechada há muito tempo. Na parede oeste tinha pôster e mais pôster de CDs, o seu quarto era melhor que uma loja de CD, em um canto tinha um sofisticado microsystem, do tipo que eu não tocaria porque claro que iria quebrar algo. Não havia cama somente um sofá de couro preto. O chão era coberto por um grande tapete dourado, as paredes eram escuras.

"Bom acústico?" Eu supus.

Ele riu e apontou, ele pegou o controle remoto e ligou o estéreo. Estava quieto, mais agora o som do soft jazz estava conosco no quarto. Eu fui olhar a sua coleção de musica.

"Como você organizou isso?" Eu perguntei incapaz de encontrar reação para isso.

Ele não estava prestando atenção,

"Hum por um ano, é pela preferência pessoal". Ele disse distraidamente.

Eu virei ele estava me olhando com uma expressão peculiar em seus olhos.

"O que?"

"Eu fui preparado para sentir... alivio. Sabendo sobre tudo, não necessitando manter segredos de você, mas eu não podia esperar sentir mais do que isso. Eu gosto disso faz eu me sentir... feliz" Ele sugeriu timidamente.

"Eu estou satisfeita" Eu disse sorrindo de volta, eu me preocupei de pôde lamentar em dizer estas coisas, era bom saber que não era o acaso, mas então, porque seus olhos dissecaram a minha expressão, seu sorriso murchou e sua testa enrugou.

"Você está esperando para corre e gritar, não esta?" Eu supus.

"Um sorriso fraco apareceu em seus lábios e ele assentiu, Eu odeio estourar sua bolha, mas você não é realmente não cicatriza como você pensa, eu não o encontro cicatriz em tudo" Eu mentir casualmente.

Ele parou levantando e sua sobrancelha provavelmente incrédulo, então um sorriso brilhoso, largo e perverso apareceu.

"Você realmente não devia ter

"Você realmente não devia ter dito isso" Ele sorriu.

Um som baixo na parte de trás da sua garganta; seus lábios ondularam para trás sobre seus dentes perfeitos. Seu corpo deslocou de repente, metade do seu corpo abaixou-se, enrijecido como um leão próximo de uma presa.

Eu suportei me afastado dele.

"Você não deseja."

Eu não o vi saltar em mim, ele foi muito rápido, eu me encontrei repentinamente se ar, nós nos chocamos contra o sofá, batemos na parede e seus braços formaram uma proteção ao redor de mim, eu estava me sentido claramente empurrada, mas estava fazendo um esforço para me sentir bem. O que ele tinha, ondulando-me em uma esfera de encontro a sua caixa, prendendo-me mais firmemente do que correntes do ferro. Eu estava satisfeita por ele está alarmado, mas ele parecia bem controlado, seu maxilar relaxou, ele sorriu, seus olhos brilharam com humor.

"Você estava dizendo?" Ele disse travesso.

"Que você é muito, muito terrivelmente monstruoso". Eu disse com sarcasmo perturbando a minha voz.

"Muito melhor" Ele aprovou.

"Hum" Eu sugeri. "Você pode sair de cima agora?"

Ele só gargalhou.

"Nós podemos ir?" Uma voz macia chamou do Hall.

Lutei para me liberta, mas Edward apenas me reajustou, então eu estava convencionalmente sentada no seu colo, eu pude ver Alice e Jasper atrás dela na porta. Minhas bochechas queimaram, mas Edward sorriu sossegado.

"Vão na frente".Edward estava mais quieto.

Alice pareceu não achar nada de incomum no nosso abraço, ela caminhou – quase dançando, seus passos eram tão graciosos – para o meio do quarto, onde ela se curvou sinuosamente para o chão. Jasper, porém, parou na porta, sua expressão nada chocada. Ele encarou o rosto de Edward, e eu desejei saber se ele estava provando a atmosfera com sua sensibilidade incomum.

- Parecia que você estava tendo Bella para o almoço, e viemos ver se você a dividiria. – Alice anunciou.

Eu endureci por um momento, até que percebi que Edward estava sorrindo – se por causa do comentário dela ou da minha resposta, eu não poderia dizer.

- Desculpe, não acredito que tenha o suficiente para desperdiçar. – ele replicou, seus braços me segurando imprudentemente apertado.

- De fato. – Jasper disse, sorrindo para si mesmo enquanto caminhava para dentro do quarto. – Alice disse que esta noite terá uma verdadeira tempestade, e Emmett quer jogar bola. Você está no jogo?

As palavras eram bem comuns, mas o contexto me confundiu.

Eu presumi que Alice era um pouco mais confiável que o meteorologista, entretanto.

Os olhos de Edward brilharam, mas ele hesitou.

- É claro que você deveria trazer Bella. – Alice gorjeou. Eu pensei ter visto Jasper lançar um olhar rápido a ela.

- Você quer ir? – Edward me perguntou, excitado, sua expressão vívida.

- Claro. – Eu não poderia desapontar tal rosto. – Hmm, onde estamos indo?

- Temos que esperar o raio para jogar a bola, você verá por que. – ele prometeu.

- Vou precisar de um guarda-chuva?

Todos três riram em voz alta.

- Ela vai? – Jasper perguntou a Alice.

- Não. – ela estava certa. – A tempestade atingirá acima da cidade. Deve estar bem seco na clareira.

- Ótimo, então. – O entusiasmo na voz de Jasper estava pegando, naturalmente. Eu me encontrava ansiosa, ao invés de assustada.

"Vamos ver se Carlisle quer ir". Alice se levantou e caminhou até a porta com um estilo que quebraria o coração de qualquer bailarina.

"Como se você não soubesse", Jasper zombou, e os dois seguiram rapidamente o seu caminho. Jasper conseguiu fechar a porta inconspicuosamente atrás dele.

"O que vamos jogar?", eu perguntei.

" você vai assistir", Edward esclareceu. "Nós vamos jogar baseball".

Eu revirei meus olhos. "Vampiros gostam de baseball?"

"É o passatempo Americano", ele disse zombando mas solenemente.

17. O Jogo

Estava apenas começando a chuviscar quando Edward virou na rua. Até esse momento, eu não tinha dúvidas de que Edward ficaria comigo enquanto eu passava algumas horas no mundo real.
Foi aí que eu vi o carro preto, um Ford velho, parado na entrada de Charlie- e eu ouvi Edward murmurar algo impossível de ouvir numa voz baixa, áspera.
Tentando ficar fora da chuva no pequeno portal de entrada, estava Jacob Black, atrás da cadeira de rodas do seu pai. O rosto de Billy estava impassível enquanto Edward estacionava a caminhonete no meio fio. Jacob olhou pra baixo, seu rosto estava mortificado.
A voz baixa de Edward estava furiosa. "Isso já foi longe demais".
"Será que ele veio dizer alguma coisa pra Charlie?", eu adivinhei, mais horrorizada do que com raiva.
Edward só afirmou com a cabeça, ele respondia ao olhar de Billy com olhos estreitos.
Eu me senti fraca de alívio por Charlie ainda não estar em casa.
"Me deixe cuidar disso", eu sugeri. O olhar negro de Edward me deixou ansiosa.
Para minha surpresa, ele concordou. "Isso provavelmente é o melhor. Contudo, tome cuidado. A criança não sabe de nada".
Eu me senti um pouco estranha pela palavra criança. "Jacob não é muito mais novo que eu", eu lembrei ele.
Ele olhou pra mim, sua raiva estava sumindo abruptamente. "Oh, eu sei". Ele me assegurou com um sorriso.
Eu suspirei e coloquei minha mão na maçaneta da porta.
"Leve eles pra dentro", ele instruiu. "Pra que eu possa ir embora. Eu estarei de volta ao entardecer".
"Você quer levar minha caminhonete?", eu ofereci enquanto pensava numa desculpa pra Charlie pra explicar a abstinência dela.
Ele revirou os olhos. "Eu poderia ir pra casa andando e chagar mais rápido do que com essa caminhonete".
"Você não tem que ir embora", eu disse tristonha.
Ele sorriu da minha expressão. "Na verdade, tenho sim.Assim que você se livrar deles"- ele me jogou um olhar obscuro - "Você ainda tem que preparar Charlie pra conhecer seu novo namorado". Ele sorriu abertamente, mostrando todos os dentes.
Eu gemi. "Muito obrigada"

Ele deu aquele riso torto que eu adorava. "Eu vou voltar logo", ele prometeu. Seus olhos deram uma olhadinha para o portal de entrada, e então ele se inclinou suavemente e beijou a minha mandíbula. Meu coração começou a bater freneticamente, e eu, também, olhei em direção á porta. O olhar de Billy não estava mais impassível, e suas mãos estavam apertando os descansos de braço da sua cadeira.

"Logo", eu me estressei enquanto abria a porta e saia do carro.

Eu podia sentir os olhos dele nas minhas costas enquanto eu dava uma corridinha nos fracos raios de luz até a varanda.

"Oi, Billy. Ei, Jacob". Eu saudei eles da forma mais alegre que consegui.

"Charlie foi passar o dia fora- eu espero que vocês não estejam esperando há muito tempo.

"Não muito", Billy disse num tom subjulgado. Seus olhos pretos eram penetrantes. "Eu só queria trazer isso". Ele indicou um saco de papel marrom que estava no colo dele.

"Obrigada", eu disse, apesar de não ter idéia do que pudesse ser. "Porque vocês não entram por um minuto pra se secarem?"

Eu fingi não perceber que ele estava me estudando intensamente enquanto eu abria a porta, e acenava pra que eles entrassem na minha frente.

"Aqui, me deixe pegar isso", eu me ofereci, fechando a porta. Eu me permiti dar uma última olhada para Edward. Ele estava esperando, perfeitamente rígido, seus olhos estavam solenes.

"Você vai querer colocar isso na geladeira", Billy disse enquanto me entregava o pacote.

"É um dos peixes fritos do Criadouro do Harry- é o favorito de Charlie. A geladeira mantém ele mais seco". Ele levantou os ombros.

"Obrigada", eu repeti,mas dessa vez falando sério. "Eu já estava ficando sem variedades pra cozinhar peixe, e é capaz dele trazer mais hoje".

"Pescando de novo?", um brilho súbito apareceu nos olhos de Billy. "No lugar de sempre? Talvez eu vá até lá pra ver ele".

"Não", eu menti rapidamente, meu rosto estava ficando duro. "Ele foi á algum lugar novo... mas eu não tenho idéia de onde é".

Ele notou a mudança na minha expressão, isso deixou ele pensativo.

"Jake", ele disse ainda me analisando. "Porque você não vai pegar a foto nova de Rebecca no carro? Eu vou deixar aqui pra Charlie também."

"Onde está?", Jacob perguntou, sua voz sombria. Eu olhei pra ele,mas ele estava olhando para o chão, suas sobrancelhas estavam juntas.

"Eu acho que vi na mala", Billy disse. "Talvez você tenha que procurar um pouco"

Jacob saiu na chuva.

Billy e eu encaramos um ao outro em silêncio. Depois de alguns segundos, o silêncio começou a ficar incômodo, então eu me virei e fui para a cozinha. Eu podia ouvir o barulho que suas rodas faziam no chão enquanto ele me seguia.

Eu coloquei o pacote na prateleira lotada da geladeira, e me virei pra confrontá-lo. Seu rosto cheio de linhas profundas estava ilegível.

"Charlie vai demorar muito pra voltar". Minha voz era quase rude.

Ele afirmou de novo com a cabeça, mas não disse nada.

"Obrigada de novo pelo peixe frito", eu repeti.

Ele continuou balançando a cabeça. eu dei um suspiro e cruzei meus braços no peito.

Ele pareceu pressentir que eu havia dado um fim á pequena conversa. "Bella", ele começou, mas então hesitou.

Eu esperei.

"Bella", ele disse de novo. "Charlie é um dos meus melhores amigos"

"Sim".

Ele falou cada palavra cuidadosamente com sua voz estrondosa. "Eu reparei que você tem passado algum tempo com um dos Cullen".

"Sim", eu repeti curtamente.

Seus olhos se estreitaram. "Talvez não seja da minha conta, mas eu não acho que essa seja uma idéia muito boa".

"Você tem razão", eu concordei. "Não é da sua conta".

Ele ergueu uma das sobrancelhas cinzentas com o meu tom. "Provavelmente você não sabe disso, mas os Cullen têm uma má reputação lá na aldeia".

"Na verdade, eu sabia disso", eu informei com uma voz dura. Isso surpreendeu ele.

"Mas a reputação não pode ser merecida, não é? Porque os Cullen nunca puseram o pé na sua aldeia, puseram?" eu podia ver que a minha súbita lembrança do acordo que eles fizeram pegou ele de surpresa.

"Isso é verdade", ele disse, seus olhos cuidadosos. "Você parece... bem informada sobre os Cullen. Mais informada do que eu esperava."

Eu encarei ele. "Talvez até mais bem informada do que você".

Ele torceu seus lábios finos enquanto considerava isso. "Pode ser", ele concordou, mas seus olhos eram astutos. "Será que Charlie está assim tão bem informado?"

Ele encontrou o elo fraco da minha corrente.

"Charlie gosta muito dos Cullen", eu fugi. Ele claramente entendeu minha evasão.

Sua expressão estava insatisfeita, mas não estava surpresa.

"Não é da minha conta", ele disse. "Mas pode ser da de Charlie".

"De novo, isso é da minha conta, saber se é da conta de Charlie ou não, não é?"

Eu fiquei me perguntando se ele teria compreendido a minha pergunta confusa enquanto eu lutava pra não dizer mais nada comprometedor. Mas ele pareceu compreender. Ele pensou nisso por um momento, enquanto a chuva que batia no telhado era o único barulho que quebrava o silêncio.

"Sim", ele finalmente disse. "Eu acho que isso é da sua conta, também".

Eu suspirei aliviada. "Obrigada, Billy".

"Só pense no que você está fazendo , Bella", ele implorou.

"Tudo bem", eu concordei rapidamente.

Ele fez uma carranca. "O que eu quis dizer foi, não faça o que você está fazendo".

Eu olhei nos seus olhos, que estavam cheio de preocupação comigo, e não havia nada que eu pudesse dizer.

E então a porta bateu com força, me fazendo pular com o som.

"Não tem foto nenhuma no carro". O tom de reclamação de Jacob nos alcançou antes dele. Os ombros da camisa dele estava molhado, seu cabelo estava pingando quando ele entrou na cozinha.

"Hmm", Billy grunhiu, ficando imparcial de repente, virando a sua cadeira de rodas para olhar para o filho. "Eu acho que deixei em casa".

Jacob rolou os olhos dramaticamente. "Ótimo".

"Bem, Bella, diga a Charlie" - ele parou antes de continuar- "que nó vinhemos, quer dizer".

"Eu digo", eu murmurei.

Jacob pareceu surpreso. "Nós já vamos?"

"Charlie vai ficar fora até tarde", ele explicou enquanto passava na frente do filho.

"Oh", Jacob pareceu desapontado. "Então, eu acho que a gente se vê depois, Bella".

"Claro", eu concordei.

"Se cuide", Billy me avisou. Eu não respondí.

Jacob ajudou seu pai a passar pela porta. Eu acenei brevemente, dando uma olhadinha para a minha caminhonete agora vazia, e então fechei a porta antes deles irem embora.

Eu fiquei no corredor um tempinho, ouvindo o som do carro deles dar a ré e ir embora.

Eu fiquei onde estava, esperando que a irritação e a ansiedade desaparecessem. Quando a tensão diminuiu um pouco, eu subi e fui trocar de roupa. Eu experimentei duas blusas diferentes, sem ter certeza do que esperar para essa noite, o que acabou de acontecer havia se tornado um fato insignificante.

Agora que eu não estava mais sobre a influência de Edward e Jasper, eu comecei a sentir o nervosismo que não pude sentir antes. Eu rapidamente desisti de procurar outra roupa - me vestindo com uma calça jeans e uma blusa de flanela - afinal, eu sabia que ia ficar de casaco a noite inteira mesmo.

O telefone tocou e eu corri lá pra baixo pra atender. Havia apenas uma voz que eu queria ouvir; qualquer outra coisa seria uma decepção. Mas eu sabia que se ele quisesse falar comigo, ele simplesmente ia se materializar no meu quarto.

"Alô?", eu atendi sem fôlego.

"Bella? Sou eu", Jéssica disse.

"Oh, oi, Jess", eu lutei por um momento pra voltar á realidade. Pareceu que meses haviam se passado desde a última vez que eu falei com Jess. "Como foi o baile?"

"Foi tão divertido!", Jéssica tagarelou. Sem precisar de mais convite que isso, ela começou a contar cada detalhe sobre a noite passada. Eu falei Mmmm’s e Ahhhh’s nas horas certas, mas era difícil me concentrar. Jéssica, Mike, o baile, a escola - eles pareciam estranhamente irrelevantes no momento. Meus olhos ficavam olhando para a janela, tentando julgar o nível de luz que ainda havia por trás das nuvens.

"Você ouviu o que eu disse, Bella?", Jéssica perguntou, irritada.

"Me desculpe, o que?"

"Eu disse que Mike me beijou, você acredita?"

"Isso é maravilhoso, Jess", eu disse.

"Então o que você fez ontem?". Jéssica me desafiou, ainda parecendo irritada pela minha falta de atenção. Ou talvez ela só estivesse decepcionada porque eu não perguntei os detalhes.

"Nada, de verdade. Eu só saí um pouco para aproveitar o sol".

Eu ouvi o carro de Charlie na garagem.

"Você não teve notícias de Edward Cullen?"

A porta bateu e eu pude ouvir Charlie perto da escada, guardando seu equipamento.

"Hmmm", eu não tinha mais certeza de qual era a minha história.

"E aí, garota!", Charlie me chamou quando entrou na cozinha.

Jess ouviu a voz dele. "Oh, seu pai está aí. Deixa pra lá- a gente se vê amanhã.

Te vejo na aula de Trigonometria".

"Até mais, Jess", eu desliguei o telefone.

"Oi, pai", eu disse. Ele estava lavando as mãos na pia. "Onde está o peixe?"

"Eu coloquei no freezer".

"Eu vou pegar um pouco antes que congele- Billy truoxe um pouco de peixe frito pra você essa tarde". Eu me esforcei pra parecer entusiasmada.

"Ele trouxe?", seus olhos se iluminaram. "É o meu favorito".

Charlie foi se limpar enquanto eu preparava o jantar. Não demorou muito até que estivéssemos na mesa, jantando em silêncio. Charlie estava gostando da comida. Eu estava desesperadamente pensando numa forma de cumprir a minha tarefa, lutando pra encontrar uma maneira de tocar no assunto.

"O que você fez do seu dia?", ele perguntou, me tirando das minhas meditações.

"Bom, essa tarde eu fiquei aqui em casa...". Na verdade, só a parte mais recente da tarde. Eu tentei manter minha voz animada, mas o meu estômago estava embrulhado. "E essa manhã eu estava na casa dos Cullen".

Charlie derrubou seu garfo.

"Na casa do Dr. Cullen?", ele perguntou espantado.

Eu fingi não reparar na reação dele. "É".

"O que você estava fazendo lá? Ele não pegou mais o seu garfo.

"Bem, eu meio que tenho um encontro com Edward Cullen essa noite, então ele queria me apresentar aos seus pais... Pai?"

Parecia que Charlie estava tendo um aneurisma.

"Você está saindo com Edward Cullen?", sua voz parecia um trovão.

Uh- oh. "Eu pensei que você gostasse dos Cullen".

"Ele é velho demais pra você", ele se alterou.

"Nós temos a mesma idade", eu corrigí, apesar dele estar mais certo do que imaginava.

"Espere...", ele pausou. "Qual deles é Edwin?"

"Edward é o mais novo, o que tem o cabelo castanho avermelhado". O lindo, o que parece um deus...

"Oh, bem, isso é" - ele pelejou - "melhor, eu acho. Eu não gosto do jeito daquele grandão. Eu tenho certeza de que ele é um bom rapaz, e tudo mais, mas ele parece... maduro demais pra você. Esse Edwin é seu namorado?"

"É Edward, pai".

"Ele é?"

"Mais ou menos, eu acho".

"Noite passada você disse que não estava interessada em nenhum dos garotos da cidade". Mas ele pegou o garfo, então eu sabia que o pior havia passado.

"Bem, Edward não mora na cidade, pai".

Ele me deu uma olhada assassina enquanto mastigava.

"E, de qualquer forma", eu continuei. "É uma espécie de fase inicial, sabe. Não me envergonhe com aquele papo de namorado, está bem?"

"Quando ele vai vir?"

"Ele estará aqui em alguns minutos"

"Pra onde ele vai te levar?"

Eu gemi alto. "Eu espero que você já esteja tirando a Inquisição Espanhola da sua cabeça agora. Nós vamos jogar baseball com a família dele".

O rosto dele se contraiu, e então ele finalmente deu uma gargalhada. "Você vai jogar baseball?"

"Bom, provavelmente eu vou ficar assistindo na maioria do tempo". Ele observou cheio de suspeitas.

Eu revirei os meus olhos pra o bem dele.

Eu ouvi o barulho de um motor encostando na frente de casa. Eu pulei da cadeira e comecei a limpar meus pratos.

"Deixe os pratos, eu lavo eles hoje. Você me mima muito".

A campainha tocou, Charlie se levantou e foi atender. Eu estava meio passo atrás dele.

Eu não tinha me dado conta do quanto estava chovendo lá fora. Edward ficou na luz da varanda, parecendo um modelo de anúncios de casaco de chuva.

"Entre, Edward".

Eu respirei de alívio quando Charlie acertou o nome dele.

"Obrigado, Chefe Swan", ele disse com uma voz respeitosa.

"Vá em frente me chame de Charlie. Aqui, eu seguro seu casaco".

"Obrigado, senhor".

"Sente-se aqui, Edward".

Eu fiz uma careta.

Edward se sentou fluidamente na única cadeira, me forçando a sentar com o Chefe Swan no sofá. Eu fiz uma cara feia pra ele. Ele deu uma piscada pra mim nas costas de Charlie.

"Então, eu ouvi dizer que você vai levar minha garotinha pra jogar baseball". Só em Washington o fato de praticar esportes ao ar livre num dia chuvoso era algo normal.

"Sim, senhor, esse é o plano". Ele não parecia surpreso pelo fato de eu ter dito a verdade para o meu pai. No entanto, ele pode ter estado escutando.

"Bem, mais poder pra você, eu acho".

Charlie sorriu, e Edward se juntou a ele.

"Tudo bem", eu disse ficando em pé. "Chega de piadas ás minhas custas. Vamos lá". Eu caminhei de volta para o corredor colocando meu casaco. Eles me seguiram.

"Não volte tarde, Bell"

"Não se preocupe, Charlie, eu vou trazê-la cedo", Edward prometeu.

"Tome conta da minha garota, está bem?"

Eu gemi, mas ele me ignorou.

"Ela estará segura, senhor, eu prometo".

Charlie não conseguiu duvidar das palavras de Edward, elas estavam em cada palavra.

Eu saí. Os dois riram, Edward me seguiu.

Eu parei mortificada na varanda. Lá, atrás da minha caminhonete, havia um Jeep monstro. Os pneus dele eram mais altos que a minha cintura. Haviam grades de metal sobre os faróis e os faróis de milha, e quatro grandes holofotes sobre as barras de proteção. O capô era de um vermelho brilhante.

Charlie assobiou baixinho.

"Usem seus cintos de segurança", ele se engasgou.

Edward seguiu para o meu lado e abriu a porta pra mim. Eu tomei uma pequena distância do banco e me preparei pra pular nele. Ele suspirou e me levantou com uma mão. Eu rezei pra que Charlie não tivesse reparado.

Enquanto ele ia para o lado do motorista com um passo normal, humano, eu tentei colocar o meu cinto de segurança, mas haviam muitos engates.

"O que é tudo isso?", eu perguntei quando ele abriu a porta.

"É um passeio fora da estrada".

"Uh-oh".

Eu tentei encontras os engates certos para o cinto, mas não estava sendo muito rápida. Ele suspirou de novo, se inclinou e veio me ajudar.

Eu estava contente porque a chuva estava forte o suficiente pra que eu não pudesse ver Charlie da varanda. Isso significava que ele não pôde ver como as mãos de Edward passava pelo meu pescoço, acariciaram meu colo. Eu desisti de tentar ajudar ele e me concentrei em não hiperventilar.

Edward virou a chave na ignição e o motor ligou. Ele começou a se afastar de casa.

"Esse é um... hum... Jipe bem grande".

"É de Emmett. Eu não achei que você ia querer correr o caminho inteiro."

"Onde é que vocês guardam essa coisa?"

"Nós remodelamos um dos prédios exteriores e transformamos numa garagem".

"Você não vai colocar o seu cinto de segurança?"

Ele olhou pra mim sem acreditar.

Então uma fichinha caiu.

"Correr o caminho inteiro? Como se ainda fôssemos correr parte do caminho?"

Minha voz caiu alguns oitavos.

Ele sorriu. "Você não vai correr".

"Eu vou ficar enjoada".

"Mantenha seus olhos fechados que tudo vai ficar bem".

Eu mordi meu lábio tentando lutar com o pânico.

Ele se inclinou para dar um beijo no topo da minha cabeça, e então gemeu. Eu olhei pra ele, confusa.

"Você cheira tão bem na chuva", ele explicou.

"De um jeito bom, ou de um jeito ruim?", eu perguntei cuidadosamente.

"Dos dois, sempre dos dois".

Eu não sei como foi que ele conseguiu encontrar o caminho com a névoa e a chuva torrencial, mas de algumas forma ele achou um lado da estrada que era menos uma estrada e mais um trilha de montanha. Por um longo tempo foi conversar impossível, porque eu estava balançando pra cima e pra baixo que nem uma britadeira. No entanto, ele pareceu adorar o passeio, rindo o caminho inteiro.

E então, nós chegamos ao fim da estrada; as árvores formavam enormes paredes verdes em três lados do jipe. A chuva agora era um mero chuvisco, diminuindo a cada segundo, o céu estava cada vez meias claro por trás das nuvens.

"Desculpe, Bella, teremos que ir a pé daqui".

"Sabe de uma coisa? Eu vou esperar você aqui".

"O que aconteceu com a sua coragem? Você foi extraordinária essa manhã".

"Eu não esqueci da última vez". Será possível que foi só ontem?

Ele estava no meu lado do carro num sopro. Ele começou a tirar o meu cinto.

"Eu tiro isso, você vai na frente", eu protestei.

"Hmmm", ele zombou enquanto rapidamente terminava. "Parece que eu vou ter que mexer com a sua memória".

Antes que eu pudesse reagir, ele me tirou do jipe e colocou meus pés no chão. Mal estava nublado agora; Alice ia estar certa.

"Mexer com a minha memória?", eu perguntei nervosamente.

"Algo assim". Ele estava me olhando atentamente, cuidadosamente,mas havia humor no fundo dos seus olhos. Eles colocou suas mãos no jipe dos dois lados da minha cabeça e se inclinou pra frente, me forçando a encostar na porta. Ele se inclinou ainda mais perto, seu rosto a apenas alguns centímetros do meu. Eu não tinha espaço pra escapar.

"Agora", ele sussurrou, e só o cheiro dele já atrapalhou o meu pensamento. "O que exatamente está preocupando você?"

"Bem, umm, bater em uma árvore"- eu engoli seco- "e morrer. E de depois ficar tonta".

Ele tentou não sorrir. Então ele baixou sua cabeça e encostou seus lábios frios suavemente na base da minha garganta.

"Você ainda está preocupada agora?", ele falou na minha pele.

"Sim". Eu lutei pra me concentrar. "De bater em árvores e ficar tonta".

Seu nariz desenhou uma linha que ia desde a base da minha garganta até a ponta do meu queixo. Sua respiração fria fez cócegas na minha pele.

"E agora?", ele falou na minha mandíbula.

"Árvores", eu gaguejei. "Enjôo com o movimento".

Ele levantou seu rosto pra beijar minhas pálpebras. "Bella, você não acredita que eu realmente bateria numa árvore, não é?"

"Não, mas eu bateria", não havia confiança na minha voz. Ele sentiu o cheiro da vitória.

Ele beijou lentamente descendo na minha bochecha, parando no cantinho da minha boca.

"Eu deixaria uma árvore atingir você?". Ele mal encostou o meu lábio inferior que estava tremendo.

"Não", eu sussurrei. Eu sabia que ainda havia um segundo pra defender a minha tese, mas eu não consegui continuar.

"Entenda", ele disse, seus lábios se movendo contra os meus. "Não há nada a temer, há?"

"Não", eu suspirei, desistindo.

Então ele segurou meu rosto com as duas mãos quase rudemente, e me beijou com zelo, seus lábios inflexíveis se movendo contra os meus.

Não há desculpa para o meu comportamento. Eu já devia saber mais que isso agora. E ainda assim eu não pude evitar de reagir exatamente da mesma forma que reagi da primeira vez. Ao invés de ficar seguramente parada, eu lancei meus braços ao redor do pescoço dele, e de repente eu estava agarrada a essa estátua de pedra. Eu suspirei e meus lábios se separaram.

Ele deu um passou pra trás, se separando de mim sem esforço.

"Droga, Bella!", ele se separou ofegante. "Você vai me matar, eu juro".

Eu me abaixei, segurando minhas mãos no joelho pra me apoiar.

"Você é indestrutível", eu murmurei, tentando recuperar o fôlego.

"Eu acreditei nisso antes de conhecer você. Agora vamos sair daqui antes que eu faça alguma coisa muito estúpida", ele grunhiu.

Ele me jogou nas costas dele como tinha feito antes, e eu podia ver o esforço extra que ele estava fazendo pra ser gentil. Eu apertei a cintura dele com as minhas pernas e tranquei meus braços ao redor do pescoço dele.

"Não esqueça de fechar os olhos", ele avisou severamente.

Eu rapidamente coloquei meu rosto na curva do ombro dele, embaixo do meu próprio braço, e apertei meus olhos.

E eu mal podia dizer que estávamos nos movendo. Eu podia sentir ele se mexendo embaixo de mim, mas ele podia estar andando numa calçada, o movimento seria exatamente o mesmo. Eu estava tentada a dar uma espiadinha, pra ver se estávamos voando pela floresta como antes, mas eu resisti. Não valia a pena do enjôo. Eu me contentei em ouvir a respiração dele entrando e saindo uniformemente.

Eu não tinha certeza de que tínhamos parado, até que ele ergueu a mão e tocou meu cabelo.

"Acabou, Bella".

Eu ousei abrir meus olhos, e, não havia dúvidas, estávamos parados. Eu me soltei dele e escorreguei para o chão, caindo de costas.

"Oh!", eu gemi quando bati no chão molhado.

Ele olhou pra mim sem acreditar, tentando decidir se ele ainda estava com raiva demais pra achar engraçado. Mas a minha expressão desnorteada acabou descontrolando ele, e ele começou a dar uma gargalhada que mais parecia um rugido.

Eu me levantei sozinha, ignorando ele enquanto limpava a sujeira e o capim do meu casaco. Isso só fez ele rir ainda mais alto. Chateada, eu me virei e comecei a andar em direção á floresta.

Eu sentí o braço dele na minha cintura.

"Pra onde você está indo, Bella?"

"Assistir um jogo de baseball. Você não parece estar mais interessado em jogar, mas eu tenho certeza que os outros vão se divertir sem você".

"Você está indo para o lado errado".

Eu me virei sem olhar pra ele, e comecei a caminhar na direção contrária.

Ele me pegou de novo.

"Não fique com raiva, eu não consegui evitar. Você devia ter visto sua cara." Ele começou a rir antes que pudesse evitar.

"Oh, então você é o único que pode ficar com raiva?", eu perguntei, erguendo minhas sobrancelhas.

"Eu não estava com raiva de você".

" ‘Bella, você vai me matar’ ", eu citei.

"Isso foi só a constatação de um fato".

Eu tentei me separar dele de novo, mas ele me segurou depressa.

"Você estava com raiva", eu insisti.

"Sim".

"Mas você acabou de dizer que -"

"Que eu não estava com raiva de você. Será que você não vê, Bella?" De repente ele estava intenso, todos os traços de zombaria desapareceram. "Será que você não entende?"

"Vê o que?". Eu perguntei, confusa pela mudança do tom das suas palavras.

"Eu nunca tenho raiva de você - como eu poderia? Tão brava, tão confiante... tão cálida como você".

"Então porque?", eu suspirei, lembrando do mal humor com que ele se afastava de mim, que eu sempre justifiquei como frustração bem justificada- frustração pelas minhas fraquezas, minha lentidão, minhas reações humanas desregradas...

Ele colocou suas duas mãos cuidadosamente dos dois lados do meu rosto. "Eu fiquei furioso comigo mesmo", ele disse gentilmente. "Por eu não parecer ser capaz de te manter longe do perigo. Só a minha existência já põe você em risco. As vezes eu realmente me odeio. Eu devia ser mais forte, eu devia ser capaz de-".

Eu coloquei a minha mão na boca dele. "Não".

Ele pegou minha mão, tirando ela da sua boca, mas colocando ela no seu rosto.

"Eu te amo", ele disse. "Essa é uma desculpa pobre para o que eu estou fazendo, mas é verdade" .

Foi a primeira vez que ele disse que me amava- com todas as palavras. Ele pode não ter reparado, mas eu certamente percebi.

"Agora, por favor tente se comportar", ele continuou, então ele se abaixou e esfregou seus lábios levemente nos meus.

Eu fiquei perfeitamente rígida. E então eu suspirei.

"Você prometer ao Chefe Swan que me levaria pra casa cedo, lembra? É melhor irmos andando".

"Sim, madame".

Ele sorriu tristonho e me soltou mas continuou me segurando com a outra. Ele me guiou pela avencas altas e molhadas, e pelos musgos pingando, ao redor de uma árvore gigantesca de cicuta, e lá estávamos nós, na beira de uma enorme campo aberto ás margens dos penhascos do Olímpico. Era duas vezes maior do que qualquer campo de baseball.

Eu podia ver todos os outros lá; Esme, Emmett, e Rosalie, sentados numa espécie de banco de pedra eram os mais próximos de nós, á cerca de cem metros de distância. Muito mais distante eu podia ver Alice e Jasper, que estavam a pelo menos duzentos e cinquenta metros de nós, aparentemente jogando alguma coisa pra trás e pra frente, mas eu nunca vi nenhuma bola. Parecia que Carlisle estava marcando as bases, mas será que elas poderiam ser assim tão afastadas?

Quando nós aparecemos, os três que estavam na rocha se levantaram.

Esme começou a vir na nossa direção. Emmett seguiu ela depois de uma longa olhada para as costas de Rosalie; Rosalie havia se levantado graciosamente e foi andando para o campo sem nem sequer olhar na nossa direção. Meu estômago começou a mexer sem parar em resposta.

"Foi você que nós ouvimos, Edward?". Esme perguntou enquanto se aproximava.

"Parecia um urso gargalhando", Emmett esclareceu.

Eu sorri hesitantemente pra Esme. "Foi ele".

"Bella foi não intencionalmente engraçada", Edward explicou, rapidamente arrumando o placar.

Alice havia deixado a posição dela e vinha correndo, ou dançando, na nossa direção. Ela parou fluidamente perto de nós. "Chegou a hora", ela anunciou.

Assim que ela terminou de falar, um trovão profundo se fez ouvir fazendo a floresta tremer, e então ele foi na direção da cidade.

"Melancólico, não é?", Emmett disse com uma familiaridade fácil, piscando pra mim.

"Vamos lá", Alice agarrou a mão de Emmett e eles seguiram em direção ao campo gigante; ela corria como uma gazela. Ele era quase tão gracioso e tão rápido- apesar de Emmett não poder ser comparado com uma gazela.

"Você está pronta pra ver um jogo?", Edward perguntou, seus olhos ansiosos, brilhando.

Eu tentei soar apropriadamente entusiasmada. "Vai time!".

Ele riu silenciosamente e, depois de assanhar meu cabelo, foi correndo atrás dos outros dois. A corrida dele foi mais agressiva, mais um leopardo do que uma gazela, e ele rapidamente alcançou os outros dois. A graça e o poder tiraram meu fôlego.

"Vamos descer?" Esme me perguntou com sua voz suave, melódica, e eu me dei conta de que estava olhando pra ele com a boca aberta. Eu rapidamente refiz minha expressão e balancei a cabeça. Esme manteve alguns pés de distância entre nós, eu me perguntei se ela estava tomando cuidado pra não me assustar. Esme combinou seus passos com os meus sem parecer se incomodar com a velocidade.

"Você não joga com eles?", eu perguntei timidamente.

"Não, eu prefiro ser a juíza- eu gosto de mantê-los honestos", ela explicou.

"Então eles gostam de roubar?"

"Oh sim - você devia ouvir os argumentos que eles inventam! Na verdade, eu preferia que você não ouvisse, eu não quero que você pense que eles foram criados por um bando de lobos".

"Você fala como a minha mãe", eu ri, surpresa.

Ela sorriu também. "Bom, eu penso neles como meus filhos, de certas formas. Eu nunca superei meus instintos maternos- Edward te contou que eu perdi um filho?"

"Não", eu murmurei, atordoada, lutando pra entender a vida da qual ela estava tentando lembrar.

"Sim. Meu primeiro e único filho. Ele morreu apenas alguns dias depois do seu nascimento, o pobrezinho", ela suspirou, "Isso partiu meu coração- foi por isso que eu pulei com abismo, sabe". Ela disse como se estivesse atestando um fato.

"Edward disse que você c-caiu", eu gaguejei.

"Sempre um cavalheiro". Ela sorriu. "Edward foi o primeiro dos meus novos filhos. Eu sempre pensei nele dessa forma, mesmo apesar dele ser mais velho que eu, de certa forma pelo menos". Ela sorriu calorosamente pra mim. "É por isso que eu estou tão feliz que ele tenha encontrado você, querida". A palavra saiu muito natural nos lábios dela. "Ele foi o homem estranho por muito tempo; e me machuca vê-lo sozinho".

"Então você não se incomoda?", eu perguntei, hesitante de novo. "Que eu seja... a pessoa errada pra ele?"

"Não", ela estava pensativa. "É você que ele quer. Vai dar certo, de alguma maneira", ela disse, mas a testa dela se enrugou de preocupação. Outro estrondo do trovão começou a ser ouvido.

Esme parou então; aparentemente nós havíamos alcançado a borda do campo. Parecia que eles tinham formado times. Edward estava no campo esquerdo, Carlisle ficou entre a primeira e a segunda bases, e Alice segurava a bola, posicionada no lugar que aparentava ser o campo do arremessador.

Emmett estava balançando um bastão de alumínio, ele assobiava quase sem rastro no ar. Eu esperei que ele se aproximasse da área do batedor, mas eu percebi, quando ele começou a entrar em posição, que ele já estava lá.- tão longe da área de arremesso que eu nem julgava possível. Jasper estava atrás dele, pegando a bola para o time adversário. É claro que nenhum deles estava usando luva.

"Tudo bem", Esme chamou numa voz clara, que eu sabia que mesmo Edward ouviria, mesmo estando tão longe. "Podem começar".

Alice ficou rígida, enganosamente imóvel. O estilo dela parecia ser mais secreto que intimidante. Ela segurou a bola com as duas mãos na altura da cintura, e então, como o bote de uma cobra, a mão dela lançou a bola que foi parar na mão de Jasper.

"Isso foi um strike?", eu sussurrei pra Esme.

"Se eles não conseguem rebater, é um strike", ela me disse.

Jasper atirou a bola de volta para a mão de Alice que já estava esperando. Ela se permitiu um breve sorriso. E então a mão dela deu um bote de novo.

Dessa vez, de alguma forma, o bastão se virou rápido o suficiente para bater na bola invisível. O impacto da bola foi perturbador, como um trovão; o som ecoou nas montanhas- imediatamente eu percebi porque eles precisavam da tempestade de trovões.

A bola saiu voando como um meteoro pelo campo, entrando nas profundezas da floresta.

"Home run", eu murmurei.

"Espere", Esme avisou, ouvindo atentamente, uma mão levantada. Emmett corria como o vento pelas bases com Carlisle na cola dele. Eu me dei conta de que Edward tinha desaparecido.

"Fora!", Esme disse com uma voz clara. Eu olhei sem acreditar quando Edward emergiu de dentro das árvores, a bola erguida na mão, seu sorriso largo era visível até pra mim.

"Emmett bate mais forte", Esme explicou. "Mas Edward corre mais rápido".

O show continuou na frente dos meus olhos incrédulos. Era impossível acompanhar a velocidade com que a bola se movia, o compasso com que seus corpos corriam no campo.

Eu descobri o outro motivo pelo qual eles precisavam da tempestade de trovões quando Jasper, tentando evitar o jogo infalível de Edward, jogou uma bola baixa na direção de Carlisle. Carlisle correu para pegar a bola, e Jasper correu para a primeira base. Quando eles colidiram, o som foi como duas montanhas de pedra se chocando. Eu pulei preocupada, mas de alguma forma, eles não estavam nem arranhados.

"Salvo", Esmo disse numa voz calma.

O time de Emmett estava ganhando por um ponto - Rosalie conseguiu voar pelas bases depois de despistar uma das corridas de Edward - mas então Edward pegou a terceira bola fora.

Ele veio para o meu lado, brilhando de excitação.

"O que você acha?", ele perguntou.

"De uma coisa eu tenho certeza, eu nunca mais vou conseguir assistir outro jogo bobo da liga de Baseball de novo".

"Até parece que você faz muito isso", ele sorriu.

"Eu estou desapontada", eu zombei.

"Porque?", ele perguntou, confuso.

"Bem, seria legal encontrar pelo menos uma coisa que você não faça melhor do que qualquer outra pessoa no planeta".

Ele mostrou seu sorriso torto especial, me deixando sem ar.

"É minha vez", ele disse indo para a área do arremessador.

Ele jogou inteligentemente, jogando bolas baixas, fora do alcance das mãos sempre prontas de Rosalie, correndo duas bases como um raio antes que Emmett pudesse colocar a bola de volta no jogo. Carlisle conseguiu arremessar uma bola pra fora do campo que foi tão longe - com um estrondo tão alto que doeu nos meus ouvidos- que ele e Edward tiveram que ir atrás.

Alice trocou cumprimentos com os dois.

O placar mudou constantemente com o andar do jogo, e eles encrencavam uns aos outros como jogadores de rua quando um dos times estava na liderança. Ocasionalmente Esme pedia ordem. Os trovões continuaram, mas nós permanecemos secos, como Alice havia previsto.

Carlisle ia rebater, Edward ia pegar, quando Alice ficou ofegante. Meus olhos estavam em Edward, como sempre, e eu vi quando a cabeça dele levantou num estalo pra olhar pra ela. Seus olhos se encontraram e alguma coisa passou entre eles num instante. Ele estava ao meu lado antes que os outros pudessem perguntar o que havia de errado.

"Alice?", a voz de Esme estava tensa.

"Eu não vi - eu não sabia", ela sussurrou.

A essa hora os outros já estavam todos juntos.

"O que foi, Alice?", Carlisle perguntou com uma voz calma de autoridade.

"Eles estavam viajando muito mais rápido do que eu imaginava. Agora eu sei que estava errada antes", ela murmurou.

Jasper se inclinou sobre ela, sua postura era protetora. "O que mudou?", ele perguntou.

"Eles nos ouviram jogar e resolveram mudar de caminho", ela disse, penitente, como se estivesse se julgando culpada por o que quer que estivesse assustando ela.

Sete pares de olhos olharam para o meu rosto e desviaram.

"Quanto tempo?", Carlisle perguntou, olhando na direção de Edward.

Seu rosto ficou com uma expressão de profunda concentração.

"Menos de cinco minutos. Eles estão correndo - eles querem jogar". Ele fez uma cara zangada.

"Você consegue?", Carlisle perguntou, seus olhos vindo na minha direção de novo.

"Não, não carregando-", ele cortou. "Além do mais, a última coisa que precisamos é que eles sintam o cheiro e comecem a caçar".

"Quantos?", Emmett perguntou á Alice.

"Três", ela respondeu resumidamente.

"Três!", ele zombou. "Deixe eles virem". As faixas de músculo se flexionaram nos braços enormes dele.

Por uma fração de segundo que parecer muito maior do que era, Carlisle pensou. Só Emmett pareceu despreocupado; o rosto olhava para o rosto de Carlisle com olhos ansiosos.

"Vamos continuar o jogo", Carlisle finalmente decidiu. Sua voz estava calma e nivelada. "Alice disse que eles estão apenas curiosos".

Tudo isso foi dito tão rápido que as palavras duraram menos de segundos. Eu escutei atenciosamente e entendi a maior parte, contudo eu não consegui perguntar o que Esme perguntou á Edward com uma rápida vibração de lábios. Eu só vi ele balançar a cabeça levemente e o olhar de alívio dela.

"Você pega, Esme", ele disse. "Agora eu vou ser o juiz". Ele se plantou na minha frente.

Os outros voltaram para o campo, cautelosamente observando a floresta com seus olhos rápidos. Alice e Esme pareciam se orientar pelo lugar onde eu estava.

"Solte o seu cabelo", Edward disse com uma voz baixa, uniforme.

Eu obedientemente deslizei o prendedor do meu cabelo e soltei ele ao redor do meu rosto. Eu declarei o óbvio. "Os outros estão vindo".

"Sim, fique bem parada, não fale nada, e não saia do meu lado,por favor". Ele escondeu bem o estresse na voz dele, mas eu consegui ouvir. Ele puxou meu longo cabelo para a frente, colocando ele ao redor do meu rosto.

"Isso não vai ajudar", Alice disse suavemente. "Eu senti o cheiro dela do outro lado do campo".

"Eu sei", um tom de frustração apareceu na voz dele.

Carlisle foi para a área de arremesso, e os outros se juntaram ao jogo sem vontade.

"O que Esme te perguntou?", eu sussurrei.

Ele hesitou por um momento antes de responder. "Se eles estavam com sede", ele murmurou sem vontade.

Os segundos se passaram; o jogo agora estava apático. Ninguém ousava dar uma rebatida mais forte, e Emmett, Rosalie, e Jasper se arrastavam pelo campo.

De vez em quando, á despeito do medo que nublavam nossos pensamentos, eu pude perceber os olhos de Rosalie em mim. Eles estavam saem expressão, mas alguma coisa no formato da boca dela me fez perceber que ela estava com raiva.

Edward não estava prestando o mínimo de atenção ao jogo, seus olhos e mente estavam na floresta.

"Me desculpe, Bella", ele murmurou impetuosamente. "Foi estúpido, irresponsável, ter te exposto dessa maneira. Me desculpe".

Eu ouvi a respiração dele parar e seus olhos se viraram para a floresta. Ele deu meio passo se colocando entre mim e o que estava vindo.

Carlisle, Emmett e os outros se viraram na mesma direção, ouvindo sons de passos que eram baixos demais para os meus ouvidos.

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